Da fortaleza moderna, construída no século XVII, o baluarte de Santa Cruz é uma das partes mais bem conservadas. Este baluarte defendia as portas de Viana, razão pela qual ainda hoje ostenta uma guarita. Era por aqui que se vigiavam as entradas na fortaleza de quem chegava à vila de Cerveira pela estrada de Viana.
Na prática é um meio baluarte. Um baluarte não é mais que uma defesa avançada das muralhas, pentagonal, com uma forma semelhante à de uma seta, que permite fazer tiro flanqueado. Neste caso, estamos perante um meio baluarte por não apresentar o formato pentagonal completo.
Em 1848, décadas passadas sobre o último conflito armado em Cerveira – as invasões francesas -, acentuaram-se as disputas pelo terreno e mesmo pelas estruturas do sistema defensivo da Vila. A autarquia pretendia que o Ministério da Guerra abrisse mão das muralhas para que se pudesse alargar a vila. O Ministério acabou por ceder e deu-se início à destruição da fortaleza moderna, um processo a que o Baluarte de Santa Cruz conseguiu resistir. Mesmo os privados começam lentamente a apropriar-se dos terrenos e terraplenos das muralhas, alargando as suas propriedades, dando origem muitas vezes a processos judiciais que envolviam a Autarquia, o Ministério da Guerra e o Governador Civil.
Local: Vila Nova de Cerveira