Inauguração no dia 21 SET., pelas 18h00
Curadoria de Agostinho Santos
Habituada à renovação contemporânea da tapeçaria e à construção de peças escultóricas em matéria têxtil, Rosa Godinho opta, no trabalho apresentado nesta exposição, por explorar as aproximações possíveis entre o desenho e o bordado, mantendo, embora, alguns objectos suspensos como tapeçarias.
O trabalho incorpora elementos têxteis e papéis, bordado e colagem, associando modos de fazer artesanais à composição artística, unindo o gesto quotidiano ao gesto de excepção.
Por isso, o que imediatamente me sugerem estas peças, é a convergência entre o vocabulário próprio dos dois mundos: linhas, fios e filamentos; círculos, espirais e novelos; pontos e nós; planos e panos; formas, ritmos, padrões e rendas; relevos e texturas. Através deste vocabulário simples, constrói-se um universo de esquemas básicos e recorrentes, de formas geométricas que não ambicionam o rigor de outro instrumento que não seja a mão da artista e tudo o que ela impulsiona.
O plano é uma superfície de papel, mas poderia ser um pano de linho ou de algodão, desses que podem receber inscrições e escrita, desenho com ou sem representação. As transparências e o domínio de brancos acentuam, na sua subtileza, este jogo entre papel e tecido.
No empenho com que tudo é concebido e produzido insinuase, ao mesmo tempo, aquela espécie de descomprometimento dos que trabalham com prazer. Assim se encontram caminhos abertos e interrompidos, pontos inacabados, linhas que convergem para um centro e ficam soltas, peças iniciadas que tivessem gerado meros fragmentos, amostras de um desenvolvimento que não tivesse sido integralmente cumprido.
Mas, por outro lado, este trabalho intimista que o atelier acolhe, evoca também uma cultura de compromisso em que o têxtil se associa a celebrações tradicionais, episódios especiais e momentos significativos de uma biografia individual ou comunitária. As marcas e os traços em relevo que Rosa Godinho grava nos seus trabalhos não podem, deste modo, desligar-se de das rugas do tempo e da memória, neste projecto sobre o bordado como desenho e o desenho como bordado.
Curadoria de Agostinho Santos
Habituada à renovação contemporânea da tapeçaria e à construção de peças escultóricas em matéria têxtil, Rosa Godinho opta, no trabalho apresentado nesta exposição, por explorar as aproximações possíveis entre o desenho e o bordado, mantendo, embora, alguns objectos suspensos como tapeçarias.
O trabalho incorpora elementos têxteis e papéis, bordado e colagem, associando modos de fazer artesanais à composição artística, unindo o gesto quotidiano ao gesto de excepção.
Por isso, o que imediatamente me sugerem estas peças, é a convergência entre o vocabulário próprio dos dois mundos: linhas, fios e filamentos; círculos, espirais e novelos; pontos e nós; planos e panos; formas, ritmos, padrões e rendas; relevos e texturas. Através deste vocabulário simples, constrói-se um universo de esquemas básicos e recorrentes, de formas geométricas que não ambicionam o rigor de outro instrumento que não seja a mão da artista e tudo o que ela impulsiona.
O plano é uma superfície de papel, mas poderia ser um pano de linho ou de algodão, desses que podem receber inscrições e escrita, desenho com ou sem representação. As transparências e o domínio de brancos acentuam, na sua subtileza, este jogo entre papel e tecido.
No empenho com que tudo é concebido e produzido insinuase, ao mesmo tempo, aquela espécie de descomprometimento dos que trabalham com prazer. Assim se encontram caminhos abertos e interrompidos, pontos inacabados, linhas que convergem para um centro e ficam soltas, peças iniciadas que tivessem gerado meros fragmentos, amostras de um desenvolvimento que não tivesse sido integralmente cumprido.
Mas, por outro lado, este trabalho intimista que o atelier acolhe, evoca também uma cultura de compromisso em que o têxtil se associa a celebrações tradicionais, episódios especiais e momentos significativos de uma biografia individual ou comunitária. As marcas e os traços em relevo que Rosa Godinho grava nos seus trabalhos não podem, deste modo, desligar-se de das rugas do tempo e da memória, neste projecto sobre o bordado como desenho e o desenho como bordado.
