O paço da Loureira é um belo edifício de conceção barroca, mas que a fazer fé na Carta de Filiação, que foi passada a António de Sousa Ferraz Novais, por D. João VI, em 22 de março de 1824 foi construído em plena época neoclássica. Aliás nota-se bem na conceção da sua estatutária. A destoar desta harmonia está, todavia, uma pseudo-torre erguida na parte meridional do conjunto. Trata-se de uma construção de cariz revivalista, porque foi erguida entre o findar do século XIX e o nascer do século XX.
É neste conjunto deveras notável, pela cenografia que lhe confere o movimento dos granitos que compõem a fachada, que se abre em L para um grande pátio protegido por um alto muro servido por portão ameado, pelos pináculos, merlões e estatuária que se espalham por muros e telhados e sobretudo pelo movimento da fachada da capela que foi dedicada a Santa Maria Madalena.
A beleza deste edifício está patente no equilíbrio entre o traço arquitetónico e na componente decorativa que lhe foi acrescentada com os jardins e a estatuária. O jardim está na frente da casa, defendido por um gradeamento. Decora-o um precioso chafariz, com uma bela taça onde cai a água. A estatuária, na figura de militares à moda romana, aparece, sobretudo, a decorar a parte superior do portal onde pontifica uma exuberante representação das armas dos “Cadavais”, ou mais especificamente dos Sousa (de Arronches) a quem pertence o timbre e no interior o espaçoso pátio.
Um edifício com uma história invejável no panorama nacional.
Local: Vila Nova de Cerveira