Este é um local de longos séculos da história de Vila Nova de Cerveira, onde podemos observar ruínas do período castrejo. Um arruamento central separa dois quarteirões, com as típicas casas redondas. Cada quarteirão pertencia a uma unidade familiar. Vemos, bem definidas, covas arredondadas – os silos -, onde se conservavam os alimentos. Alimentos de um povo que estava muito voltado para a agricultura, mas que também se dedicava à atividade piscatória.
Nos finais do século I D.C., este local começa a ser profundamente alterado, fruto da romanização, que conhecerá o seu auge no século IV D.C. A população começa a ocupar mais a vertente voltada ao rio. As construções, agora de tipo romano, passam a ser mais complexas: casas maiores, construídas em patamares – adaptadas à morfologia do terreno -, vários compartimentos e armazéns. Nos armazéns, guardavam-se, entre outros produtos, o vinho, o azeite e as tradicionais conservas de peixe dos romanos. Na margem do rio Minho haveria um cais, primeiro natural, depois artificial, que permitia que este local funcionasse como entreposto comercial. Os produtos aqui chegados seriam depois expedidos a nível regional a partir desse cais.
O fim do domínio romano foi o fim do apogeu económico, proporcionado pelas relações comerciais. No século VI, teve início a época suevo-visigótica. A construção dessa fase apresenta qualidade construtiva e estética inferior e menor durabilidade que a do tempo dos romanos. Esta estação arqueológica em que nos encontramos é, no entanto, a única do norte do país onde que se conservam intactos diversos níveis da época suevo-visigótica.
Supõe-se que, a partir do século XI este local tenha sido praticamente abandonado. Assim estaria até ao século XVII, até ao período das Guerras da Restauração. Nessa altura é construído, no topo do monte, o Forte de Lovelhe. Castro e construções romanas terão sido demolidos de modo a reaproveitar a pedra para edificar o Forte, que reforçaria o sistema de defesa da fronteira.
Local: Vila Nova de Cerveira