‘À ESPERA DE BECKETT OU QUAQUAQUAQUA’
Em 1959, ‘À Espera de Godot’, de Beckett, estreou em Portugal com encenação de Francisco Ribeiro, o ‘Ribeirinho’ dos filmes ‘O Pai Tirano’ e ‘O Pátio das Cantigas’. O país estava na ressaca das eleições de Humberto Delgado. Em 1969, Ribeirinho voltou a montar a peça, já depois da queda de Salazar. Nesse mesmo ano, Beckett tinha estado em Portugal. De férias em Cascais, tentando ler os jornais portugueses, terá Beckett sabido que em Lisboa se ensaiava a sua peça? Como reagiriam os actores se soubesse que Beckett vinha? E como reagiria Beckett ao ver a sua personagem ‘Gogo’ feita pelo mesmo actor de ‘Chico Mega’, de ‘O Pai Tirano’, ou de ‘Rufino Fino’, de ‘O Pátio das Cantigas’? Em ‘À Espera de Beckett ou Quaquaquaqua’ imaginamos estas e outras possibilidades. O espectáculo é uma viagem pelo imaginário colectivo, onde se cruzam as lembranças de personagens de teatro com os factos da história de um país. A partir de uma sala de ensaios ficcional, que atravessa três décadas, pomos em cena a necessidade de seguir o guião ou de romper com ele de vez. Esta peça é como uma colecção de sonhos de Ribeirinho, dos seus actores e das personagens que eles criaram. Em 1973, Ribeirinho fez a última tentativa, levando o espectáculo em digressão por Angola, para colonos e militares. O que esperariam eles ao fim desses anos todos?
Em 1959, ‘À Espera de Godot’, de Beckett, estreou em Portugal com encenação de Francisco Ribeiro, o ‘Ribeirinho’ dos filmes ‘O Pai Tirano’ e ‘O Pátio das Cantigas’. O país estava na ressaca das eleições de Humberto Delgado. Em 1969, Ribeirinho voltou a montar a peça, já depois da queda de Salazar. Nesse mesmo ano, Beckett tinha estado em Portugal. De férias em Cascais, tentando ler os jornais portugueses, terá Beckett sabido que em Lisboa se ensaiava a sua peça? Como reagiriam os actores se soubesse que Beckett vinha? E como reagiria Beckett ao ver a sua personagem ‘Gogo’ feita pelo mesmo actor de ‘Chico Mega’, de ‘O Pai Tirano’, ou de ‘Rufino Fino’, de ‘O Pátio das Cantigas’? Em ‘À Espera de Beckett ou Quaquaquaqua’ imaginamos estas e outras possibilidades. O espectáculo é uma viagem pelo imaginário colectivo, onde se cruzam as lembranças de personagens de teatro com os factos da história de um país. A partir de uma sala de ensaios ficcional, que atravessa três décadas, pomos em cena a necessidade de seguir o guião ou de romper com ele de vez. Esta peça é como uma colecção de sonhos de Ribeirinho, dos seus actores e das personagens que eles criaram. Em 1973, Ribeirinho fez a última tentativa, levando o espectáculo em digressão por Angola, para colonos e militares. O que esperariam eles ao fim desses anos todos?